Poesia #3 | Tudo que bate é maré
(me ensine a nadar)
Eu fiz um samba
No côncavo do teu quadril
Batuque coordenado
Com coração e seu bril.
Trancei o cabelo das sereias
Para que as ondas lavassem
Nossa pele amarga e ardida do sol.
Fiz de seus cachos escuros
Minha rede e descanso.
De pernas pro ar,
Furei o coco com dois dedos
E me refresquei na água doce
Que escapava da tua nascente.
Soprei na sua acústica
Meus segredos e anseios,
Que a lua carregou
Quando embalei teu cansaço.
Tipicamente tropicalista,
Teu amor de maré alta.
(não quero afogar)
Poesia que é corpo, mar e abrigo. Sensual, leve e cheia de cuidado. E esse final… perfeito, simples e profundo: não quero afogar.
👏👏👏