Vampiro de aluguel banguela e molenga chupa que chupa sem jeito foge que nem lesma, Ô desgraça desdentada! Morde aqui, morde acolá é lambida melecada que não tira nem o "ah!" Vampiro banguelo tem pose de galã mas morde que nem vovô chupando bala de hortelã Promete sangue e paixão entrega só babação — Ô vampiro sem noção! Cadê tua perfuração? Crava o dente onde ferve pelo amor de Deus, me morde! tô implorando aqui moço, se serve qualquer coisa que me corte! Chega de madrugada com sua boca mole belisca, lambe, coça parece que tá com dor de dente! Eu aqui esperando mordida que preste e ele me entregando massagem com saliva teste Língua que vai, língua que vem parece aspirador quebrado — Ai, vampiro, que vergonha! Aposentou de vez? Quero ser vampira também mas com dente de verdade pra morder alguém que não seja dessa qualidade Entra sem eu ver, lua alta testemunha da palhaçada fecho os olhos, vampirão vem logo com essa babada Me morde e chupa do jeito que conseguir até lambida de sopa já tá bom pra me divertir Quero ser vampiro também pelo menos eu mordo bem! — Vampiro de mentira, tchau! Procura uma dentadura, cara pau!
Discussão sobre este post
Nenhuma publicação
Esse poema é um show de deboche e frustração bem canalizada. Pega o vampiro clássico — sedutor, intenso, cheio de promessas — e transforma num desastre cômico: banguela, molenga, mais baba do que mordida. A voz do poema vai do desejo à indignação com tanto humor que a gente ri alto enquanto se identifica.
É quase um desabafo erótico com final empoderado: se é pra ser vampiro, que seja com dente! Tem algo libertador nessa virada, nessa vontade de tomar o lugar e fazer melhor. No fim, sobra só a gargalhada e a certeza de que ninguém merece uma lambida de sopa no lugar de uma mordida decente. Genial. :)