O que o Ursinho Pooh me ensinou sobre amor (e não é o que você imagina)
A síndrome do Smitten e o medo de não caber mais na vida de quem amamos.
O amor que não precisa de data
Acordo num 12 de junho qualquer — porque, vamos combinar, todo 12 de junho continua meio qualquer mesmo quando você tem alguém, se trocar presentes caros nunca foi sua praia. A diferença é que agora, assim que destravo o celular, não vejo só flores virtuais piscando como LED de motel; vejo a mensagem do meu único e improvável namorado dizendo: "Acorda, preguicinha, o café já tá passado."
Dois anos juntos. Dois anos desde o dia em que congelei, em pânico, tentando entender como alguém podia gostar de mim exatamente como eu sou — com a risada alta, o nariz que eu jurava ser gigante e essa mania de dramatizar tudo. Eu duvidei. Ele insistiu. E, pronto, descobri que amor não chega avisando, ele escancara a porta e te ensina a respirar de novo.
Mas scrollo um pouco mais o feed e a primeira coisa que vejo são flores. Muitas flores. Corações vermelhos, restaurantes lotados, declarações em caixas de texto rosa choque, poste uma foto do seu amor, afinal ele deve ser fotografável. E eu fico ali, meio perdido entre a realidade nova e a memória de quem já passou muitos 12 de junho sozinho, me perguntando quando foi que o amor virou essa coisa de um dia só, amor expresso e ainda descafeinado.
Black Friday do coração, agora em versão premium
O fato de estar comprometido não curou minha antipatia crônica pela indústria do romance em data única. Continuo achando Dia dos Namorados um tipo de Black Friday do coração: milhões de cupons de desconto pra provar em 24 horas o que, se for real, deveria durar os outros 364 dias.
Só que agora enxergo tudo de um ângulo novo: não o desespero de quem se sente excluído, mas a pressão de quem já tem par pra exibir. Sério, parece que a internet criou um Compliance do Amor: Se você não postar ao menos um carrossel com brunch, perde pontos na escala global de relacionamento, "amor você não vai acreditar no que aconteceu? Caímos para a décima segunda posição do ranking dos casais que mais se amam :( ".
Tem algo meio perverso em marcar no calendário quando amar, não acham? Como se o amor fosse uma conta pra pagar, um compromisso que você anota na agenda e cumpre religiosamente uma vez por ano. Como se nos outros 364 dias você pudesse relaxar no amor, dar uma pausa, ser menos carinhosa, sentir menos amor.
A matemática cruel do Instagram (agora em casal)
Scrollo o feed (sou masoquista, não mudou) e vejo:
Casais que se ignoram 11 meses e meio ostentando buquês de rosas importadas
Influencers comparando quem ganhou o ursão mais gigantesco
Gente disputando quem preparou a surpresa mais extravagante
Casais que durante o ano mal se olham postando fotos com filtro de coração
Gente que esquece de perguntar "como foi seu dia?" mas não esquece de reservar mesa no restaurante mais caro da cidade
Eu e ele? Um sorvete às duas da tarde, cama e coberta, três episódios atrasados de Sex and The City — e a certeza de que não preciso comprovar amor via Stories.
Porque, honestamente? O que chamam de performance eu chamo de carnaval fora de época, e continuo preferindo bloco de rua à festa VIP, e não queridos leitores, isso não nos faz melhores em nenhum sentido, apenas nos fazem mais humanos, e amar é antes de tudo um ato de humanidade.
Os ensinamentos de Pooh: da teoria à prática
Quando criança eu já tinha aprendido com o Ursinho Pooh que amor é fonte, não fatia de pizza. Tinha um episódio sobre o Dia dos Namorados que me marcou mais do que qualquer filme romântico que já vi. E outro dia revendo o filme, foi quando me bateu aquela sensação estranha. Sabe quando você está vendo algo inocente e, do nada, a vida te dá um tapa na cara? Pois é.
Ali estava o Christopher Robin, apaixonado, e o Pooh todo confuso achando que ia perder o melhor amigo. E eu pensei: "Nossa, até desenho animado me faz refletir sobre amor agora."
Quando o amor chega... ele bagunça um pouco
No filme, todo mundo no Bosque dos Cem Acres está se preparando para o Dia dos Namorados - que para eles é também o Dia da Amizade. O Leitão faz cartões escondido, meio envergonhado. O Tigrão inventa alguma confusão. O Coelho está organizando tudo certinho.
Mas Christopher Robin está diferente. Distante. Sumido.
Pooh acredita que o amigo está fazendo cartões para eles, como sempre. Mas ao procurar por ele, descobre uma cena que não entende: Christopher está escrevendo... mas não é para eles. É para uma menina.
E ali, o coração do Pooh balança. Junto com o nosso.
"Mas... e se ele não quiser mais brincar com a gente?" - Pooh pergunta.
O medo da mudança bate forte. O medo de perder o lugar no coração de alguém. O medo de que quando o amor cresce para um lado, falte do outro.
Quem nunca sentiu isso? Quem nunca olhou para alguém que ama e pensou: "Será que ainda tem espaço para mim?"
A síndrome do Smitten
O Corujão, sempre meio-sábio-meio-confuso, logo dá seu diagnóstico: Christopher foi picado pelo Smitten, um besourinho encantado que causa paixão.
"Oh, então precisamos levá-lo ao hospital!" - responde Pooh, desesperado.
A solução, segundo o Corujão, é capturar outro Smitten para anular os efeitos do primeiro. E assim, todos partem floresta adentro em busca da tal criatura.
No caminho, o Coelho explica que quando a paixão chega, as pernas tremem, a barriga dá um nó, você não enxerga direito e sente vontade de correr. O Leitão, claro, só torce para que ela não seja feroz.
E olha... quem já amou sabe. O amor realmente bagunça. Dá frio na barriga, faz suar a mão, trava a garganta. Faz a gente rir do nada e chorar do nada também.
Quando a gente se perde tentando segurar quem ama
No meio da aventura, todos acabam se desencontrando na floresta. Cada um para um lado. Perdidos. Sozinhos.
E ali, a metáfora bate forte. Porque quantas vezes, tentando proteger o amor, a gente se perde? Quantas vezes, com medo de perder, a gente se desencontra até de si mesmo?
O Pooh, no meio da escuridão, captura o tal inseto. Mas percebe que, mesmo com ele nas mãos, algo está errado. Ele não quer mais isso. Ele só quer voltar. Voltar para quem ama. Voltar para casa. No desespero de encontrar ele perdeu a si e os amigos.
E numa das cenas mais poéticas, quando ele poderia jogar o inseto no Christopher, ele abre o potinho, libera o brilho encantado - que, na verdade, não era a paixão... era só uma luz.
O amor não é recurso limitado
Sabe por que a gente tem tanto medo? Porque crescemos achando que amor é recurso limitado. Como se fosse uma pizza de oito pedaços: se alguém pega dois, sobram só seis para o resto.
Que ideia mais equivocada.
O amor não é pizza. O amor se multiplica. Pode amar várias pessoas de formas diferentes sem que isso diminua o sentimento por nenhuma delas.
Mas a sociedade não nos ensina isso. Nos ensina que se seu namorado tem amigas, ele vai te trair. Se sua melhor amiga arranja um crush, você vira plano B. Se seus pais têm outros filhos, o amor se dilui.
Besteira total.
A lição que Christopher Robin ensina
No final do filme, Christopher aparece com um sorriso no rosto e mostra aos amigos: ele fez, sim, um cartão. Mas não porque ama menos os amigos - e sim porque o amor também cresce, se amplia, encontra novos jeitos de existir.
Os amigos surpresos advertem que sem a cura Cristopher nunca voltará a ser como antes. E pooh responde:
— Não. E eu não quero que ele seja. Eu gosto dele assim, feliz do jeito que está. — numa simplicidade que desmonta qualquer coração.
Ali, aprendemos a lição que ninguém ensina, mas que a vida cobra: amar alguém novo não significa amar menos quem já mora no nosso coração.
Diferentes tipos de amor (e todos são válidos)
O Ursinho Pooh descobriu que dá para amar os amigos E ter uma paixão ao mesmo tempo. Que revelação, né?
Mas falando sério: precisamos normalizar o fato de que existem diferentes tipos de amor e todos são legítimos.
Tem o amor romântico, aquele que te dá frio na barriga. Tem o amor de amizade, que te sustenta nos dias difíceis. Tem o amor familiar, complexo mas que te forma. Tem o amor próprio, que você constrói aos poucos.
E tem os amores platônicos, os impossíveis, os que duraram apenas uma noite mas te marcaram para sempre, os de verão, os de livro, os que você sente por lugares, por momentos.
Todos são reais. Todos são importantes. Todos te ensinam algo.
O que realmente importa
Mas o Pooh, com aquela sabedoria boba que só ele tinha, descobriu uma coisa que demorei trinta anos AND um namorado paciente pra realmente acreditar: o amor não diminui quando cresce. Ele não se divide em partes menores. Ele só... se multiplica mesmo.
A gente aprende tudo errado sobre o amor desde pequena. Aprendemos que ele é escasso, que precisa ser disputado, que quando alguém ama outra pessoa, automaticamente sobra menos amor pra nós. Como se o coração fosse uma pizza que você tem que dividir em fatias cada vez menores até não sobrar nada.
Mas não é assim. O coração é mais parecido com aquelas fontes antigas que você vê em praças de cidades pequenas. Quanto mais gente bebe, mais água jorra. Quanto mais você usa, mais tem. É meio mágico quando você para pra pensar.
No começo, minha mente fazia conta maluca: Se ele gostar muito da mãe dele, vai sobrar menos amor pra mim. Sandice total — mas vai explicar isso pra uma pessoa treinada a economizar sentimento?
Ele não fugiu quando eu surtei pela primeira vez (ou segunda). Só perguntou:
"Você já pensou que talvez eu ame você exatamente porque você sente tanto?"
Plot twist: generosidade amorosa existe, e não raciona afeto.
A epidemia de fingir que não liga (e a cura)
Antes, eu me escondia atrás do "tanto faz". Respondia depois pra não parecer carente. Hoje, se ele me manda meme às 10h03, provavelmente mando curtida às 10h03 e meio. E, pasme, a relação não desmoronou.
Tem um medo que acho que toda alma carrega: o medo de ser demais. De amar demais. De querer demais. De precisar demais.
A gente aprende desde cedo a se diminuir. A não parecer muito interessada. A não demonstrar muito carinho. A não ocupar muito espaço no coração de alguém.
"Joga um pouco mais difícil", dizem. "Não responde na hora", aconselham. "Deixa ele correr atrás", sugerem.
Como se o amor fosse uma caça. Como se você fosse uma presa que precisa se esconder pra ser desejada.
Mas eu cansei de me esconder. Cansei de fingir que não ligo quando ligo. Cansei de demorar pra responder mensagem quando quero responder na hora. Cansei de ter vergonha de sentir demais.
Se eu gosto de você, você vai saber. Se eu me importo, eu vou demonstrar. Se eu amo, eu vou falar.
E se isso for demais pra você, o problema não é meu. O problema é que você ainda não aprendeu a receber amor sem medo.
Moral da história: vulnerabilidade não matou ninguém; o que mata é a pose.
O amor que você é (agora no plural)
Tem uma coisa que ninguém conta sobre o amor, e que eu demorei vinte e cinco anos pra entender: antes de ser algo que você recebe, ele é algo que você é.
Passei a juventude inteira achando que estava incompleto sem alguém. Como se eu fosse um quebra-cabeça com uma peça faltando, esperando que alguém aparecesse com o pedacinho certo pra me completar.
Que narrativa mais cruel, né? A de que você não é suficiente sozinha. A de que você precisa de alguém pra ser inteira.
Tem muita coach quântica vendendo a tese "só dá pra amar quando você se ama 100%". Eu me amava uns 37% quando ele apareceu — e adivinha? Os outros 63% vieram na maratona a dois, tropeçando e levantando juntos. Amor é construção coletiva, não cartão-ponto individual.
A gente aprende a se amar amando. A gente descobre quem é através do olhar do outro. A gente se torna melhor pessoa quando alguém acredita que a gente pode ser melhor.
O amor não é uma conquista individual. É uma construção coletiva. Você não precisa estar pronta pra amar. Você fica pronta amando.
Os amores que não cabem no feed
A parte mais bonita continua fora das fotos: ele me trazer um café na cama quando a tristeza bate, eu pôr o celular no silencioso pra ouvir suas histórias pela quinta vez. O like? Fica na sala, sem testemunhas.
O amor de verdade é meio sem-graça pra rede social. Ele não rende foto boa. Não gera curtida. Não vira viral.
Ele acontece na cozinha às sete da manhã, quando você faz café pro outro mesmo estando com pressa pro trabalho. Acontece quando você desliga o celular pra ouvir alguém contar pela quinta vez a mesma história. Acontece no silêncio de quem segura a mão durante uma crise de ansiedade, sem tentar resolver, só estando ali.
Acontece quando você lembra que sua mãe gosta de uva passa e compra aquele pão especial no supermercado. Quando você manda um áudio besta pro seu amigo só porque ouviu uma música que lembrou dele. Quando você escolhe ficar numa festa chata porque alguém importante pra você quer que você fique.
A crueldade dos algoritmos e a solidão que ensina
As redes sociais criaram uma crueldade nova: a curadoria do amor. Todo mundo só mostra os melhores momentos. As fotos mais bonitas. Os lugares mais caros. As declarações mais elaboradas.
E a gente, consumindo isso, vai criando uma expectativa irreal do que é amar e ser amado. Vai achando que amor é sempre felicidade. Que casal feliz não briga. Que quem ama de verdade não tem dúvida.
Mas o amor real é feio às vezes. É acordar de mau humor e descontar no outro. É ter TPM e ser insuportável. É discordar sobre coisas importantes. É decepcionar e ser decepcionada. É continuar escolhendo a mesma pessoa mesmo quando ela te irrita profundamente.
Tem uma diferença brutal entre estar sozinho e se sentir sozinho. E eu precisei ficar muito tempo sozinho pra entender isso.
Estar sozinho é um estado civil. Se sentir sozinho é um estado emocional. Você pode estar cercada de gente e se sentir profundamente sozinho. Você pode estar sozinho em casa e se sentir completamente acompanhado.
A solidão me ensinou coisas que nenhum relacionamento ensinou. Me ensinou a ouvir minha própria voz. A confiar nas minhas decisões. A não terceirizar minha felicidade. A não esperar que alguém me salve – nem de mim mesmo.
O amor de verdade acontece também quando você escolhe ficar sozinho numa sexta à noite porque aprendeu que solidão e abandono são coisas completamente diferentes.
Os amores que não têm nome
A gente tem essa obsessão em categorizar o amor. Amor de mãe. Amor de casal. Amor de amigo. Como se cada tipo de amor tivesse seu lugar certinho, sua função específica, suas regras próprias.
Mas os amores mais bonitos que eu já vi foram os que não tinham nome.
Como o amor da minha vizinha de setenta anos pelo cachorro de rua que ela alimenta todo dia há cinco anos. Ela nunca o trouxe pra dentro de casa, e ele nem deixaria. Mas todo dia, pontualmente, ela coloca comida na varanda e fica esperando ele chegar. Eles se olham por alguns minutos, ela fala com ele como se fosse gente, e depois ele vai embora. Há cinco anos. Todo dia.
Ou como o amor do meu amigo que é gay pelo amigo hétero que ele conheceu na faculdade há quatro anos. Não é paixão, isso já passou. Não é amizade comum, é mais intenso que isso. É um amor que não cabe em nenhuma categoria, mas que sustenta os dois há quase meia década.
Esses amores sem nome são os que mais me emocionam. Porque eles existem só porque existem. Não têm função social. Não têm expectativa. Não têm cobrança. São amor puro, gratuito, desnecessário. E talvez seja essa a definição mais bonita de amor: algo completamente desnecessário que se torna fundamental.
Tem uma coisa cruel nas redes sociais: elas nos ensinaram que amor é espetáculo. Que se você não postou, não aconteceu. Que se não tem testemunha, não vale.
Mas os amores mais profundos que eu já vi foram os mais silenciosos.
Carta pra quem está sozinha hoje
Se você está lendo isso sozinha, numa tarde qualquer de 12 de junho, sentindo aquela pontada de melancolia que bate quando todo mundo parece estar amando e você não, deixa eu te contar algumas coisas.
Primeiro: você não está perdendo nada. Metade desses casais que estão postando foto de jantar romântico vão brigar no Uber voltando pra casa. A outra metade vai dormir sem se falar porque um achou que o outro não gostou do presente.
Segundo: estar sozinha não é fracasso. É um estado civil, não um defeito de caráter. Você não está sozinha porque não consegue ninguém. Você pode estar sozinha porque está sendo criteriosa. Porque aprendeu a diferença entre estar acompanhada e estar bem acompanhada.
Terceiro: o amor não tem data de validade. Não tem idade certa pra chegar nem jeito certo de acontecer. Às vezes ele vem quando você menos espera, disfarçado de conversa boa num bar qualquer. Às vezes ele vem devagar, crescendo de uma amizade antiga. Às vezes ele vem tarde, quando você já tinha desistido.
Quarto: às vezes ele demora. E tudo bem. Porque enquanto ele não vem, você está aqui. Você está se conhecendo, se cuidando, se inventando todos os dias. Você está construindo uma vida que vale a pena ser compartilhada quando chegar a hora.
Você está amando – amando os amigos que ligam pra saber como você está. Amando a família que aguenta suas neuroses. Amando os livros que te fazem companhia. Amando as músicas que tocam a sua alma. Amando os lugares que visitou e os que ainda quer visitar. Amando os sonhos que tem e os que já realizou.
E isso já é muito amor. Isso já é uma vida inteira de amor.
Revelação final: fonte infinita em todas as suas formas
No fim das contas, o que eu aprendi sobre amor é isso: ele não cabe em categorias. Não respeita datas. Não segue regras. Não se comporta como a gente quer.
Ele transborda de onde a gente menos espera. Aparece nas horas mais estranhas. Se manifesta dos jeitos mais esquisitos.
Às vezes é a música que você põe pra tocar e lembra de alguém que nem fala mais. Às vezes é o cheiro de comida da sua infância que te faz chorar de saudade. Às vezes é a mensagem besta de um amigo que chega exatamente quando você precisa.
Às vezes é você mesma, se olhando no espelho depois de um dia difícil e pensando: "você conseguiu. Eu te amo por ter conseguido".
Descobri que o amor não se prova com brunch, nem se preserva escondendo sentimento. Ele só cresce quando é derramado — inclusive sobre você mesma, inclusive sobre o outro, inclusive num 12 de junho qualquer, de pijama e miojo compartilhado.
O amor não é sobre encontrar sua cara-metade. É sobre descobrir que você já é inteira. Não é sobre ser escolhida por alguém. É sobre se escolher todos os dias.
E hoje ou qualquer outro dia do ano, ele está aqui. Em você. Transbordando pra todo lado. Procurando jeitos de se manifestar. Esperando que você perceba que você é amor andando por aí, disfarçada de pessoa.
E se alguém ainda disser que é "amor demais", vou repetir nosso mantra particular:
"Demais é pouco pra quem já duvidou que merecia qualquer coisa."
Porque no fim, meu amor, é isso que a gente é: amor tentando se reconhecer no espelho, amor procurando outros amores, amor aprendendo a se amar.
E isso já basta. Isso já é tudo.
E falando em amor e cuidado...
Depois de toda essa reflexão sobre os diferentes tipos de amor, fico pensando: talvez o amor mais negligenciado seja justamente o cuidado diário conosco mesmos. Aquele cuidado simples, sem pressa, que acontece nos gestos pequenos do dia a dia.
Sabe quando você está fazendo uma coisa automática - tipo estender roupa no varal - e de repente a vida inteira se explica ali? Pois então. Comigo foi assim, num domingo qualquer, e descobri que viver é muito parecido com essa tarefa simples que fazemos sem pensar.
Mas isso é algo para a próxima newsletter. Nos vemos na quinta que vem para falar sobre cuidar da vida como quem estende roupa no varal, porque às vezes a sabedoria mais profunda está justamente nas coisas mais simples que fazemos.
Até lá, que tal praticar esse amor que se multiplica?
P.S.: Se você está apaixonada, ame sem medo de ser demais. Se você está sozinha, ame sem pressa de encontrar alguém. Se você está confusa sobre o que sente, ame sem precisar entender. O amor não liga pra essas coisas. Ele só quer acontecer. E você? Você só precisa deixar.
Com carinho (e zero medo de exagerar),
eu – que já fui só eu, e agora somos nós
Abraços, Bordas da Alma.
Me conta nos comentários: que desenho animado ou filme infantil já te ensinou algo profundo sobre a vida?
Que bonito. Esse texto e as suas palavras transbordam amor. 🙏🏼
que texto mais lindo!! me fez chorar várias vezes. sem contar que o ursinho pooh é o meu amor nostálgico. obrigada por compartilhar tanta delicadeza e ternura com a gente. 💗